Sem mesas e garçons: dark kitchens consolidam-se em Fortaleza.

Modelo de negócio movimenta economia local com boom de aplicativos de entrega de comida.

Em meio a um cotidiano tão corrido, ter a oportunidade de escolher o que comer e beber na palma da mão, além de receber seu pedido em tempo hábil tem transformado o delivery quase em um serviço obrigatório. Não é de hoje que a atividade faz parte da rotina, porém, ela se desenvolve cada vez mais.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontou, em 2019, que a movimentação mensal tem sido de cerca de R$ 1 bilhão. A mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ano passado, mostrou que brasileiros estão comendo mais fora de casa e consumindo mais alimentos prontos, representando 32,8% da despesa mensal com alimentação.

De acordo com o diretor do grupo cearense Menus Brands, Tiago Diógenes, tudo que estiver girando em torno desse mercado irá crescer nos próximos anos. “As pessoas pagam para que seu ativo mais importante, que é o tempo, seja melhor utilizado. Aliado a isso, temos outros fatores como a crescente violência, engarrafamentos, dificuldade de estacionamento”.

Pioneirismo

Apesar da grande popularidade atual do Ifood, Rappi e Uber Eats, Fortaleza foi pioneira no serviço de entrega de comida por meio da empresa Delivery Menu. Hoje, com um total de nove marcas, o Menu Brands realiza, em média, cerca de mil entregas por dia. Cenário bem diferente dos anos 2010 na Capital, quando o delivery local era marcado apenas por culinária chinesa, pizzas, sanduíches e marmitas.

“Nós elevamos esse patamar oferecendo ao público consumidor outro nível de produto. Há muito tempo passamos a nos ver não apenas como restaurante, mas sim como operadores logísticos. Sabíamos entregar no tempo que as pessoas precisavam. Desde então ajustamos o nosso mindset e passamos a operar logisticamente várias marcas a partir de uma central integrada de produção, o que nos colocou novamente na vanguarda do mercado local de dark kitchen”, afirma o empreendedor.

Uma dark kitchen, em resumo, é um estabelecimento que oferta itens de alimentação apenas para “viagem”, ou seja, está apenas no digital, sem cadeiras e garçons. No caso do grupo cearense, os cardápios são montados a partir de demandas do setor de estratégia e passados para a chef Bia Leitão, que trabalha ao lado da produção, definindo aspectos de sabor, outros como shelf life de produto, regeneração após ultracongelamento.

“Acredito que mais e mais produtos serão adquiridos através de aplicativos e com entrega expressa. Esse que é um grande salto no mercado online to offline: comprar e receber, a ordem é não esperar. Se quer cada vez mais tudo a apenas um clique de distância”, afirma Diógenes

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), metade dos estabelecimentos que ofertam comidas e bebidas realizam entrega sem terceirização. Porém, serviços como iFood acabam fomentando ainda mais este mercado. Neste cenário, ganha não somente o consumidor, mas também o empresário.

Diógenes afirma que o Ifood, por exemplo, é um parceiro estratégico das nove marcas do grupo cearense na divulgação e como intermediário entre consumidor e restaurante. “Quando essa parceria é bem estabelecida, as duas partes só tem a ganhar”, finaliza.

Do on para o off

Neste ano, uma das marcas do grupo cearense, a SooDeli, que oferta comida saudável como wraps e saladas, saiu do offline e inaugurou sua 1ª loja física, que está situada na praça de alimentação do RioMar Papicu. Para os próximos meses, o grupo já planeja novidades.

PERGUNTAS ADICIONAIS

Sim. Iremos inaugurar ainda no primeiro semestre uma loja da marca Menu. Estamos estudando onde será: Messejana ou Parangaba, que funcionará também como dark kitchen fazendo o delivery das nossas outras marcas nessas áreas. No segundo semestre está prevista mais uma unidade da SooDeli em shopping. 

Lojas físicas ajudam a consolidar nossas marcas e legitimam o grupo. 

Além disso, sao operações com bastante potencial e não nos consideramos marcas que atuam exclusivamente no mercado delivery. 

Sim. Sempre estamos lançando novidades nos nossos cardápios. 

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